Como ensinar as crianças a lidar com o dinheiro?

Há muitas teorias sobre o que devemos ensinar às crianças a respeito de finanças, como dar mesada, o que falar ou não falar sobre dinheiro, etc, mas acredito que mais importante que as palavras são as ações.

As crianças aprendem o que vivenciam! Para o bem e para o mal… quantas vezes flagrei minhas filhas tendo reações iguaizinhas às minhas (boas e ruins). Às vezes dá orgulho, outras dá é vergonha…

Em relação ao dinheiro, o importante é que as ações reflitam o que se diz. Não adianta dizer que não tem dinheiro pra comprar o brinquedo e no mesmo passeio comprar uma blusinha “porque estava na promoção”. A criança não é boba…

Pequenas ações demonstram a importância de dar valor ao dinheiro. Por exemplo, sempre que vou ao supermercado com minhas filhas fazemos uma lista antes, e compramos somente o que está na lista. Isto evita (quase sempre) passar o tempo todo ouvido “compra isso”, “compra aquilo”… elas já sabem que vamos comprar o que planejamos. Claro que vale deixar que coloquem algum pedido seu na lista, o que não vale é ficar incluindo coisas no hora, por impulso!

É interessante que elas entendam o que motiva a decisão de compra. Por exemplo, outro dia me pediram um preparado de frutas, que vem numa linda embalagem com tampa de rosca (100% fruta, dizia na embalagem). “’É saudável, mãe”, argumentaram as meninas. Um sachê custava cerca de R$7. Confesso que achei um pouco caro, e mostrei pra elas que com o valor de um sachê dava pra comprar um saco de maçãs mais um cacho de bananas. Elas olharam o sachê numa mão e o saco de maçãs e as bananas na outra e se entreolharam. Adorei a cara delas de “Puxa, é mesmo!” Nunca mais pediram o sachê… Nada contra o sachê, mas prefiro as frutas frescas…

Outra prática que temos em casa é de definir o motivo da ida ao shopping. Se for pra comprar o presente da tia Ana, só vamos comprar o presente da tia Ana, não aquele monte de coisas que surgem na nossa frente (sorvete, balão, balas, etc, etc). Claro que tem dias que o combinado é um lanche e cinema, por exemplo, mas se no outro dia esse não for esse o combinado não tem.

Agora você pode estar pensando: “será que isso sempre funcionou pra ela?”. Não, não foi sempre. Mas hoje sim, funciona. Uma vez fomos numa livraria, e o combinado naquele dia era só olhar, não iríamos comprar nada. Minha filha mais velha achou um DVD (sim, faz tempo… tinha DVD para vender nas livrarias) e começou a fazer uma cena pra levar, com direito a choro e gritos. Na mesma hora decidimos ir embora, percorremos todo o shopping com ela chorando até chegarmos ao carro no estacionamento. Em seguida o choro cessou. Não sei o que a psicologia infantil diz disso, mas o fato é que funcionou. A partir deste dia, todas as idas à livraria foram tranquilas.

Não ceder ao consumismo já é difícil pra nós, adultos, imagina pras crianças… Enfim, as crianças são muito espertas, elas entendem as atitudes, muito mais que as palavras, então, seja o exemplo!

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